Um festival de Rock and Roll realizado no meio do mato, com a galera toda acampada, durante quatro dias e shows espalhados ao longo desse tempo, com muita interatividade, harmonia, paz e liberdade. Pode parecer uma utopia, mas esse evento existe e acontece anualmente, durante 22 anos. Em 1998 dois malucos, João, proprietário da Loja Purple Records, e Marquinhos Piraguara, dono do espaço que leva no nome, Piraguara, tiveram a ideia de juntar dois movimentos que a galera curte muito. Camping, contato com a natureza e o Rock and Roll. Surgiu então o maior festival de música independente do Brasil. Estamos falando do Festival Camping Rock. A versão 2023, agora conduzida por Magela Medeiros, apresentador e produtor do Programa A Hora do Dinossauro, aconteceu nos dias 08. 09, 10 e 11 de junho, com a participação de 24 bandas mesclando autorais e tributos, passeando por vários estilos dentro do Rock and Roll, mas sempre prezando pelo alto nível técnico.

No dia 08/06/2023 pela manhã já teve início a movimentação do público. Barracas sendo montadas, abraços de boas vindas, e os primeiros toques sonoros, tanto nos aparelhos individuais da galera Rocker, ou nas caixas que constituíram o aparato sonoro do palco.

Experiências sendo partilhadas, rangos bebidas e outras cositas a mais, uma manhã e início de tarde movimentada, de muita expectativa para os shows musicais, que além de apresentar muita diversidade, trazia a certeza da volta de bandas e figuras importantes para o Rock and Roll de BH, Minas Gerais e Brasil.

O primeiro show do Camping Rock ficou por responsabilidade da Boreal 3, um trio vindo de Almenara, cidade mineira do Vale de Jequitinhonha, formada por Lauro Lima (Guitarra), Ivo Souza (Bateria) e  Joe (Contra-baixo). Boreal 3 é um projeto instrumental autoral, com sonoridade que transita entre o Rock Progressivo, Heavy Metal, Blues, incrementado com experimentalismos e Psicodelismos. A Boreal 3, com seu jeito mineirinho, chegou de mansinho, tomou conta do palco, agitou a galera e realizou um show de abertura à altura do seu status e superando às expectativas do público e demonstrando todo seu vigor. 

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Boreal.

https://www.youtube.com/watch?v=1qqjawAW724

Na sequência subiu ao palco o experimentalismo de Johnny Herno, um multi instrumentista que cria vários dos instrumentos utilizados por ele e tem no Berimlata, que  é um monocórdio, a principal fonte sonora deste show, ressignificando uma lata de tinta encontrada em uma nascente na cidade de Santa luzia (MG), cujo arco sonoro é uma biriba e sua corda é retirada de arame de pneu. Juntos formam o corpo do mensageiro sonoro. Evocando os ancestrais e suas energias, Johnny abençoou os presentes e presenteou os tímpanos com uma trilha sonora ambiental e tribal. 

Acesse o link abaixo e confira o show de Johnny Herno.

A terceira apresentação foi uma volta, muito celebrada, aos palcos da Banda Hellway Train, formada por Marc Hellway (Vocal), Vinicius Thram (Guitar), Chris Maia (Bass), Jon Alberth (Drums), com novo EP – Lockdown Reborn. Desta vez com forte direcionamento musical no Heavy Metal tradicional com influências de thrash e speed metal. A banda tomou conta do cenário e destilou uma pancadaria sonora que abriu a primeira roda de mosh do dia e dessa edição. 

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Hellway Train.

Dirty Grave adentra os palcos do Camping Rock e traz na sua bagagem sonora, os 10 anos como integrante do grupo de Melissa Ângela, baixista e vocalista, que ao lado de Pedro Barros, nas guitarras, e Henrique Lima, na bateria, detonaram uma trilha sonora fincada no Doom Metal de altíssima qualidade e que mescla as canções de seus três trabalhos durante a caminhada da banda.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Dirty Grave.

Os lobos começam a uivar e a Coiotes S.A subiram ao palco do Camping Rock para ecoar os riffs lentos misturados à pegada Metalcore, que traduz a trajetória da banda por seus mais de 10 anos de estrada. Com muito entrosamento e melodia Rocker, a Coiotes S.A, formada por  Jota Cê, vocals, Dave Brisco, guitars, Adriano Palma, bass, Kenyo Hoffman, drums, apresentou suas canções autorais, com letras em português e mensagens que cultuam a vida, as amizades, os rolês, agitando a galera e promovendo uma celebração de loucos uivantes.

Acesse o link abaixo e confira a entrevista da Banda Coiotes S.A.

Um homem, um violão e muito, muito talento. Esta é a receita de Gleison Túlio, denominado “One man band”. Com toda sua bagagem artística, que vai além da música, artista plástico e poeta, dos bons, Gleison traduziu para as cordas do violão todo seu talento, potencial e energia. Desfilando grandes clássicos com releituras incríveis, sozinho, não, sozinho não, com a ajuda do público, muito entusiasmado, entoaram canções maravilhosas em um show primoroso, o que proporcionou um delírio coletivo musical. 

Acesse o link abaixo e confira o show de Gleison Túlio.

O Punk Rock também esteve presente no Camping Rock, representado por Tales Lacerda no vocal, Tony Lessa no baixo, Victor Mendes nas guitarras e Leal Jr, na bateria, o quarteto que forma a Banda Garagem Dinossauro. Punk Rock clássico, irreverente, com letras de crítica social, muito deboche e uma energia que contagiou a galera. Um potente show focado em suas músicas autorais, com um repertório que transita do punk clássico setentista a pegadas de punk e hardcore mais atuais, criando um som encorpado, que dá uma cara à Banda Garagem Dinossauro, a apresentação também teve espaço para leituras de clássicos de bandas que influenciaram os Dinossauros. 

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Garagem Dinossauro.

Para fechar a noite do primeiro dia do festival, a irreverência, sarcasmo, humor, ironia e um Rock and Roll fincado nas origens do estilo, surgiu no palco, Antônio Vieira e Seus Nascimentos. Nascido na capital Mineira, Belo Horizonte, o projeto “Antonio Vieira e Seus Nascimentos”, em meio à pandemia, veio para trazer inovação poética, lançando mão, do nada novo, Rock and Roll. Com predominância do Pop-Rock, Rock, Rock Psicodélico e Indie, Antônio Vieira e Seus Nascimentos arrancaram os últimos suspiros de energia da galera, resistente ao frio e ao sono e encerrou com maestria Rocker a noite inicial do 22º Camping Rock.

Acesse o link abaixo e confira a entrevista de Antônio Vieira e Seus Nascimentos.

Sexta feira, dia 09 de junho e o sol veio chegando tímido, mas logo esquentou o ambiente e a movimentação tomou conta da Vila do Rock. Churrasqueiras acesas, fogareiros a mil, comidas, bebidas, muita interação para brindar o segundo dia de Camping Rock. 

As raízes ancestrais do Blues brotaram no Camping Rock, cultivadas por Bruno Freitas na bateria, membro fundador, que mantém as raízes do grupo, com uma batida fiel às origens do Blues; Álvaro, baixista e vocalista; Rafael “Ernesto”, guitarrista, com habilidade que vai além das seis cordas, e o quarto elemento Ramon Doctor Ray, gaitista radicado em Nova Lima, compositor com letra original e vocalista, que não pôde estar presente neste show devido a problemas de saúde, componentes da Banda O Elemento Blues. Guitarra, baixo e bateria, unidos em um som uníssono, cheio de qualidade, harmonia, reverenciando o Blues na sua essência, mesclando canções autorais, com releituras de clássicos de grandes mestres do Blues, exaltaram no palco o tripé que é a base do Camping Rock, harmonia, interatividade e Esse Tal de Rock and Roll.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda O Elemento Blues.

Seguindo na linha de Power Trio, com uma pegada mais pesada, misturando Metal Progressivo à tradição do Blues, com muita qualidade técnica e versatilidade, o Camping Rock recebeu a Banda No Void Shelter. Formada há pouco tempo, inclusive lançando o álbum “Unlock”, em dezembro de 2022, a Banda No Void Shelter, formada por Gustavo Lacerda, vocal e guitarra, Thiago Canasci, baixo, Telo Veras, bateria, provou no palco que a experiência de muitos anos de estrada dos integrantes, o entrosamento e sinergia entre eles, aliada às diversas influências, trouxeram a medida exata que dá qualidade sonora ao trio. Com muita energia desfilaram canções autorais que agradaram ao público, provocando muita agitação na pista e mostrando que os três rapazes vieram para marcar território no cenário mineiro, nacional e até internacional. 

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda No Void Shelter.

O vermelho toma conta do palco e o ambiente esquenta de vez. A garota, cheia de talentos, Chervona, vocal, flauta e teclados, ao lado de Laer, baixo e backing vocals, João Brumano, guitarra e backing vocals e Pedro Cindio, na bateria, trouxeram aos palcos do Camping Rock toda energia em forma de performance cênica, regada por uma sonoridade única da Tantum, baseada no Hard Rock e no Heavy Metal tradicional, com pitadas de influências diversas de seus integrantes, com destaque para o canto lírico que entoa a vocalista Chervona. Com muito carisma e presença de palco, Chervona comandou a Banda Tantum em um show irrepreensível, apresentando canções autorais vigorosas, demonstrando todo o potencial do grupo.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Tantum.

Das montanhas mineiras, onde surgem tantas pedras preciosas, o destino escolheu Conselheiro Lafaiete, para serem lapidados os acordes rurais da Banda Carpiah. Mostrando todo o entrosamento da atual formação, Fred Santos, voz e violões, Márcio Zaum, voz e violão de 12 cordas, Alê Gerardo, guitarra, Pablo Osório, baixo, Richardson Poia, bateria, a Carpiah, como representa o nome, o preparar o solo, a terra, apresentou no Camping Rock um show com as raízes profundas de suas influências, fincadas no Rock tradicional, na música regional brasileira e principalmente na mineiridade do Clube da Esquina. Uma verdadeira plantação sonora de altíssima qualidade, levando a uma colheita musical cheia de virtuosismo psicodélico, um ode de bom gosto aos tímpanos ouvintes.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Carpiah.

A noite foi chegando, com ela um frio que foi quebrado pela performance energética e vibrante da primeira banda de tributo da noite, a eletrizante Mercedes Band. Carol Diniz, após dez anos longe do palco, voltou de forma arrebatadora com o melhor de Janis Joplin, arrepiando geral com seu vocal marcante e agressivo. Carol, acomapanhada de grandes músicos, trouxe ao palco do Camping Rock, um show inconfundível, no autêntico estilo de sua musa, Janis Joplin, levando ao delíro a galera presente. O que se viu e sentiu foi a reprodução de uma aura lisérgica, sentida à flor da pele, colocando em sintonia a artista e o público com muita experimentação musical, improvisações inusitadas e criatividade ilimitada. Para quem é um pouco mais experiente, foi uma lembrança que trouxe de volta o calor, a energia e a potência que era o “inferninho”, no antigo Stonehenge.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Mercedes Band.

Na linhagem das bandas com estrada no cenário de BH, a Mentol Trio, formada por Cirilo Vargas, na bateria, Ricardo Machado, baixo e vocal e Thiago Leão, guitarra, que também têm história nas tradicionais casas de show da capital mineira, chegou ao Camping Rock com uma roupagem renovada. Trazendo toda a influência e a experiência dos tempos que homenageavam grandes nomes do Blues e do Rock and Roll, para suas canções autorais, a Mentol Trio realizou um show fodástico. A galera além de cantar e dançar as versões de clássicos nacionais, agitou muito, ao som das boas músicas autorais e do vigor da Mentol Trio.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Mentol Trio.

Para fechar a noite de sexta, já na madrugada, foi invocado o espírito psicodélico contagiante de The Doors, representado pela Banda Mr. Mojo, composta por Fernando Almeida, guitarra, Mayke Moreira, órgão e baixo, Cássio Dionísio, bateria e percussão e Samuel Brito, vocal e harmônica. A Mr. Mojo encerrou o dia com um culto de intensa sinergia entre banda e público, flertando com viagens hipnóticas, delírios alucinantes, tudo ao som de clássicos dos Doors, com interpretações individuais, fartas de improvisos, que culminou num desfecho alucinógeno.

A galera que ressitiu até o último toque acústico, foi para a casa, ou melhor para as barracas, com a alma em êxtase lisérgico, com ruídos estonteantes suficientes para garantir uma soneca harmoniosa e revigorante, para vivenciar o restante que teria por vir.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Mr. Mojo.

No terceiro dia, pela manhã, era hora de ressuscitar. Recuperar as forças e se preparar para mais um dia, noite de grandes shows. A energia solar revigora, e os cafés, chás, sucos, cervejas e cachaças estão a circular, e cada um se energiza como acha melhor. A maratona sonora do Rock volta em breve.

De repente. Opa! De repente, não. É Repente! Isso mesmo. O Repente Core do Seu Silva que invadiu o palco. O som começou quente no terceiro dia de Camping Rock, com a Banda Seu Silva, que trouxe ao festival um som carregado de toda a agressividade e transgressão do Rock, lapidado a golpes do Congado, Embolada, Repente, Maracatu e Baião. Os músicos Bira, vocal e percussão, Kblu, baixo, Vinícius, bateria, Sérgio Filho, guitarra, Walber, guitarra e Wesley, viola e percussão, que juntos formam a Banda Seu Silva, incediaram a pista com suas melodias e letras inspiradas no folclore nordestino e literatura de cordel, com pinceladas do mineirês e o peso do Hard Core. Para o show do Camping Rock, além de suas canções eletrizantes, Seu silva brindou o público com uma bela homenagem aos 30 anos do movimeto manguebeat, sacudindo a galera com releituras de Chico Science & Nação Zumbi. Uma fogueira totalmente acessa e a brasa ficou no local, para não deixar cair a temperatura no festival.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Seu Silva.

Com a galera incendiada, a Banda Old Audrey’s Funeral, chegou com seu Doom Metal de primeira qualidade, cheio de harmonias sombrias, performances e figurinos medievais, unidos ao vocal poderoso de Elvis Dias, cercado pelo instrumental explosivo de Renato Audrey e Elimar Resende, nas guitarras, Tony Lessa, no baixo e Carlos Coelho, na bateria. Com um estilo próprio, muita personalidade e qualidade, a Old Audrey’s Funeral fez um show formidável, misturando às suas melodias autorais, clássicos de algumas bandas de renome mundial do Heavy Metal.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Old Audrey’s Funeral.

O Camping Rock celebra a universalidade do Rock em todos os seus estilos e a banda que subiu ao palco trouxe isso na sua bagagem sonora e de tempos de estrada. A Banda Alexandre da Mata And The Black Dogs tem rodado bastante por palcos diferentes e inclusive, uma turnê na Europa em solos ingleses, franceses e portugueses, levando o som, de muita qualidade, do Blues mineiro até os tímpanos dos gringos. No Camping Rock demonstraram o porquê destes convites, até internacionais. Alexandre da Mata, guitarra e vocal, Léo Quintão, baixista, substituindo à Cinara Motta, Robert Zimmerman, baterista, substituindo a Danilo Temponi, Sandro Veríssimo, tecladista e Irene dias, vocalista, desfilaram as canções autorais que compõem os álbuns “All Them Reasons” e “When The Blues Takes Over”, com direito a releituras de grandes mestres do Blues internacional.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Alexandre da Mata And The Black Dogs.

De volta aos palcos do Camping Rock, após alguns anos longe deles, o Morgana, Tributo ao Black Sabbath, regressou com nova formação, Lúcio Alves, vocal, Anderson Drager, guitarra, Carlos Bueno, baixo e Wes Moura, bateria, e trouxe uma novidade ao seus fãs. A banda agora está produzindo canções autorais, e algumas foram apresentadas ao público. No Back, Prometeus Day e Future Wizard, se misturaram aos grandes clássicos do Black Sabbath, que agitaram o público presente e fizeram abrir algumas lareiras em meio ao mosh.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Morgana.

O Rock and Roll é feito de lendas e em Minas Gerais, o trem não é diferente. No sábado, dia 10/06/2023, terceiro dia de Camping Rock, subiu aos palcos do festival a Lendária Banda The Mist. Após 25 anos sem entrar em estúdio, o The Mist retorna à cena Rocker para gravar o EP “The Circle of the Crow”, composta por quatro canções que foram apresentadas nesse show histórico. Para o Camping Rock, o The Mist contou com Edu Megale, guitarra, Wesley Ribeiro, no baixo, Ricardo Linassi na Bateria e nos vocais, Vladimir Korg, e essa trupe de altíssima qualidade, além das estreantes canções, “My inner monster”, “Over my dead body”, “The Blackmail of God” e “The Tempest” presenteou os malucos de plantão com grandes sucessos dos discos Phantasmagoria, The Hangman Tree, entre outros. Um reencontro para ficar nas mesntes de quem esteve presente e pôde constatar que o The Mist voltou com toda fúria metal de sempre.

Acesse o link abaixo e confira o show da BandaThe Mist.

A noite de sábado estava chegando ao fim e com uma homenagem a uma grande lenda de todos os tempos do Rock and Roll, Ronnie James Dio. Para fazer jus a este ícone mundial, a galera que se juntou para promover esse tributo ao Dio, tem também muita história no undeground Rocker mineiro e do Brasil. Na bateria, Ronan Damiza, nos teclados, Flaviano Flay, no baixo, Junior Caetano, na guitarra solo, Igor Vermelho, na guitarra base, Leandro, ex Witchhammer, e nos vocais, Túlio de Paula, ex Concreto. O sexteto, como os próprios disseram, é formado por amigos, amantes do Rock and Roll e fãs de Dio e vieram dispostos a estrear essa nova aventura realizando um show inesquecível e que possa ser a porta de entrada para uma continuidade anunciada e que segundo o Túlio, virá seguido de um trabalho autoral.

Numa noite histórica com a volta de Morgana, The Mist, e a estreia de uma Banda de peso, como a Dio Forever Brasil, a galera foi dormir mais satisfeita, sabendo que desta reunião de monstros, brotará frutos sonoros que os nossos tímpanos hão de agradar, reverenciar e agradecer.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Dio Forever.

Domingo de manhã. O dia derradeiro, hora de ir embora, o Camping Rock chegou ao fim. Opa! Mas ainda tem a despedida. E que despedida galera. Enquanto muitos desmontavam baracas, ajeitavam os carros, despiam-se da farra alucinante que foram esses quatro dias, os acordes soavam nas caixas de som do palco sagrado do Rock and Roll.

Aquele som rural, com uma viola cortante, ecoou nos ares refrescantes da Vila do Rock. A Revolução de paz pediu passagem e a Banda Márcio Aranha e a Teia, adentrou o palco do Camping Rock. Formada por um power trio de responsa, com Márcio Aranha, violão de 12 cordas e voz, Rodrigo Alex, contrabaixo, e Kruger, bateria, a banda destilou suas canções autorais, com letras que traduzem a verdade do cotidiano urbano, das coisas da natureza mãe e do universo, de uma forma forte, poética e natural. Enquanto nos palcos o som da psicodelia natural se espalhava nas mentes das pessoas, as crianças sentiram o efeito e deslizavam na loninha, uma versão infantil da lona do Camping Rock. E assim me lembrei de Camisa de Vênus, “oh crianças isso é só o fim…”, mas não do mundo, e sim do último dia do Camping Rock, edição 2023.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Márcio Aranha e a Teia.

Com o clima propício a viagens intimistas, a Banda Shello & Lobo Blues Band, que carregam em seu repertório músicas autorais e clássicos do Blues e do Rhytnm’ Blues, traduzem todo sentimento do gênero através das intervenções ritmícas de Shello Silveira, guitarra e vocal, que ao seu lado tem duas lendas nacionais, Ivan Côrrea, contrabaixo e Hudson Vaz na bateria. Com essas três feras tomando conta do palco do Camping Rock, a música se torna uma nave que, suavemente te teletransporta para um mundo de sonoridades transcendentais, porporcionadas pela intimidade que os músicos têm com seus instrumentos, com os arpejos, solos, harmonias, melodias, e ritmos que fazem o corpo flutuar a cada gemido da guitarra, cada groove do baixo e cada virada na bateria. Assim Shello & Lobo Blues Band renovou o espírito Rocker dos sortudos ali presentes, com a leveza do Blues e a certeza de que o Rock and Roll vai salvar o mundo.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Shello & Lobo Blues Band.

É chegada a hora final. Para fechar o Camping Rock, o tributo a uma das grandes bandas de todos os tempos da história do Rock and Roll, a britânica Uriah Heep. No festival os ingleses foram representados pela Uai Heep, a primeira banda mineira de tributo ao Uriah Heep, que tem em sua trupe Maurinho Batista, guitarras e back vocal, Luiz Campolina , teclados, guitarras e back vocal, Elvis Dias, vocal, Marlhon Cruz, bateria e Toninho Trindade, baixo. Como se faz uma despedida digna do maior Festival de Música Independente do país? Em Minas temos a receita. Reunião de cinco músicos monstros, cheios de talento e virtuose, tocando um verdadeiro Rock and Roll, com muita energia, pegada, entrosamento e interatividade com a galera que guardou o último fôlego para agitar a pista mais Rocker de Minas. Um showzaço à altura dessa celebração musical, cultural, ancestral, alienígena, lisérgica e feliz que é o Camping Rock.

Tudo isso com um gostinho de saudades que fica e a certeza de que, para 2024, a 23ª edição já está a caminho, com muita “Harmonia, Interatividade e Esse Tal de Rock and Roll”.

Acesse o link abaixo e confira o show da Banda Uai Heep.

Por Elmo Sebastião – O Maior Anão do Mundo!

Fotos de Elmo Sebastião – O Maior Anão do Mundo!

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *